Desde a infância, ouvi muito dizer: "cuidado que Deus castiga!"
Cresci com essa ideia na cabeça, martelando, sem fazer nenhum sentido. Ora, sendo Deus bom, que só quer o nosso bem, por que haveria de nos castigar? Não haveria outra forma de educar-nos?
Bem, na Doutrina Espírita aprendi que Deus não castiga, não pune. Apenas sofremos as consequências de nossos atos.
Deus permite que assim seja para aprendermos, sentindo na pele o que fazemos aos outros.
É assim que o mal atrai o mal, e o bem, só atrai o bem.
Mas há males que não encontram relação direta com uma causa nesta mesma existência. É aí que entra mais um sentido para a crença na reencarnação: as causas anteriores da nossas aflições.
De uma existência para outra, acumulamos reveses, criados por nós mesmos, pelas escolhas erradas, equivocadas, que provocaram dor e sofrimento ao próximo, e por isso, precisamos nos redimir.
Essa remissão pode ser pelo arrependimento, onde buscamos minorar o sofrimento dos irmãos, buscando o amor e a caridade, e assim, libertando nosso coração do peso do remorso. Ou, pode ser pelas expiações, para aqueles que não encontraram ainda a luz do discernimento e não compreenderam sozinhos, a necessidade de não provocar o mal aos outros. A esses, há necessidade de se fazer sentir como é ruim sofrer, e assim, aprenderem a abster-se do mal.
Seja qual for a raiz de nossos sofrimentos, o importante é saber que não são castigos divinos, mas consequências de nossos próprios atos, e só duram enquanto duram os motivos que os provocaram.
Portanto, inútil é pedir a Deus que tenha piedade de nós durante o sofrimento, e não fazer nossa parte, na reforma íntima do caráter, necessária à evolução da alma.
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